Seria esse o sucessor do Aether? Saiu novo emulador de PS2 (vídeo do canal vc vê aqui!), MyPS2: O emulador de PS2 para Android agora na Google Play!
Quando eu vi, a primeira coisa que eu pensei foi o seguinte: isso aqui deve ser só mais uma cópia barata das diversas que tem por aí. Mas não, cara, me parece ser realmente um projeto de uma pessoa entusiasta no assunto.
O que me motivou a pensar dessa forma foi o fato dele ter deixado na descrição do projeto créditos tanto para o Pcsx2 quanto para o Aether sx2, basicamente pai e filho, ao contrário de cópias fajutas que se apropriam do código e vendem como se fossem seus, monetizam como se fossem seus. Coisa que até então eu não vi acontecer aqui, especificamente. Não tem anúncios, não é pago, deixa os devidos créditos. Mas e aí, funciona mesmo esse negócio? Aqui é o que a gente vai ver.
Capítulo 1 – Interface
Agora, essa é a interface principal do app, a home. Observação interessante é que ela já atualiza as capas automaticamente, já tem um servidor pré-configurado para isso. Aqui em cima temos um ícone de informações: como usar, políticas etc. Se tocar e segurar em cima dos jogos, não acontece nada. O app é bem cru ainda, não tem configurações individuais.
Aqui, para colocar os jogos, a gente vem nesse ícone de pasta aqui embaixo. Confesso que, de primeiro momento, para colocar os jogos, eu fiquei totalmente perdido, porque é pouco intuitivo. Na verdade, nada intuitivo. Vamos lá. Basicamente, ele não tem acesso ao nosso armazenamento de forma direta, então a gente precisa importar os jogos nele, no caso, na pasta dele.
A gente vai fazer o seguinte: vai vir nessa pasta “game” daqui tocar nesse ícone daqui, depois nessa opção, e aí você vai procurar a ISO do teu jogo no seu armazenamento normal. Uma vez encontrado, toca nele e pronto, ele vai ser adicionado à tua home.
Claro que não é só dessa forma que dá para jogar. Olha o tanto de opções que temos aqui: dá para usar o FTP via rede aqui também, por exemplo, e para quem não sabe, basicamente é para você jogar aqui os jogos estando no seu PC ou notebook, usando a rede como ponte. É um servidor local praticamente. É uma função muito boa, muito cômoda, que não tem no Aether sx2. Mas beleza, vamos iniciar um joguinho aqui pra gente ver como é que é dentro da emulação em si.
Capítulo 2 – Emulação
Ao entrar, vocês vão notar que é tudo muito simples e direto. Aqui na direita superior temos um botão de configuração, mas a gente não consegue alterar nada muito além do básico: ativar o contador de FPS, vibração, tipo de controle, forma de proporção da tela, opacidade e pá. Já no outro canto, é a parte do save state, nosso memory card futurístico da emulação que vocês já estão carecas de saber.
E assim, não dá para alterar resolução, ativar filtro, trocar API, que aliás, parece muito ser a OpenGL. Eu chuto que deve ser a OpenGL porque tem uma pasta chamada “resources” com um log da OpenGL. Eu não vi até então nenhum tipo de menção à API Vulkan. Lembrando que ele lançou esse mês agora, então tá tudo muito cru, mas é nítido que não é uma cópia barata do Éder e sim usa ele como inspiração.
E sobre a performance, vamos lá: os jogos mais comuns, digamos assim, rodaram muito bem, de forma muito tranquila. Não tem nenhum tipo de menção a requisitos, então é o único ponto de referência que eu tenho agora. Não sei se ele está fazendo uso dos exatos mesmos recompiladores.
Olha, o Dragon Ball Tenkaichi 3 rodou tranquilo, sem precisar de alterar nada. Não temos aqui aquele bug gráfico padrão do Éder no Dragon Ball, aquelas linhas em volta do personagem e aquele efeito bloom. Já no Underground rodou tranquilo também. Aqui tá constando 60 FPS, mas está rodando a 30. Não é bug. O motivo é que são frames duplicados, acontece a mesma coisa lá no Heer, por isso que temos dois contadores, o V e o G. Já no nosso famoso God of War 2, rodou muito bem também.
Você deve estar se perguntando: mas Kira, e controle? Tá funcionando, porque você tá jogando aí, mas eu não vi nenhuma configuração de controle e tal. Então, eu só fiz conectar o controle e ele já reconhece e já configura automaticamente. Pelo que eu vi, não dá para remapear ainda. Eu procurei também na pasta do emulador algum tipo de arquivo .ini de input, mas eu não achei nada.
Aqui no meu controle, o layout foi configurado de forma totalmente normal, todos os inputs estão no local certo, mas não tem garantia que isso vai se replicar para todo tipo de controle. Tem um joguinho que eu tava muito interessado em testar para ver como é que ele iria rodar, que é o Driver: Parallel Lines.
Quem já acompanha o canal há mais tempo deve lembrar que essa franquia Driver é um dos calcanhares de Aquiles do Éder até hoje. Na verdade, se você pegar a última versão do Éder e tentar executar o Driver, você vai ver que ainda não tem uma reprodução tão 100% assim. Melhorou muito para como rodava, claro, mas tem momentos de frame drop ainda e tal.
Existiu na história do Éder a única versão capaz de satisfazer essa proeza de praticamente rodar o Lines a 100%, que foi a versão Turnip, a versão do Éder laranja de 2022. Infelizmente, ela foi descontinuada. Mas se fosse continuada, a performance do Aether hoje em todos os jogos seria três ou quatro vezes maior. Aqui no My PS, no entanto, até que não se saiu tão mal assim.
Eu esperava um resultado bem pior, mas até que foi ok, considerando que não conseguimos alterar nada de configuração sensível por se tratar de uma versão inicial. Acredito que outras configurações deverão ser adicionadas com o tempo. Não dá para confirmar isso, mas eu acredito que sim.
Capítulo 3 – Conclusão
A meu ver, esse aqui é um projeto muito mais digno que um Damon PS2 da vida, que só faltava pedir tua alma em troca de jogar PS2 no celular. Meu amigo, se você não pegou essa época, era anúncio para liberar função, era anúncio para entrar no aplicativo, chave disso, chave daquilo, versão Pro, versão Pro Plus 4K, versão Pro Plus 4K 8K. Ah, tempos sombrios.
Mas olha, eu também não consigo desconsiderar o fato que o Damon foi um ponto de partida. Foi ele quem iniciou essa iniciativa de trazer o PS2 para a palma das nossas mãos. Portanto, apesar das práticas totalmente questionáveis dele, você há de concordar comigo que se não fosse pela existência dele, talvez não estaríamos aqui hoje.
Dito isso, Damon, melhor projeto da história? Não, não, não, tô zoando, tá longe disso, tá longe disso, mas ele tem sim seu grau de importância aqui na história da comunidade da emulação no Android. Bom, se vocês gostarem desse vídeo, quem sabe eu faça uma parte dois testando mais jogos e comparando também com o Éder.
Uma forma da gente motivar esse dev aqui é expandindo uma base de usuários, então testem aí também, forneçam um feedback, podem mandar aqui no canal também, tá? [ __ ] testei aqui no celular tal e rodou muito bem, rodou muito mal, podem mandar. É bom que a gente faz uma espécie de diagrama e correlações com o Éder, e aí a gente vai saber se tem muita similaridade do recompilador usado aqui e o do Éder, se são os mesmos ou diferentes.
Honestamente, eu vejo o potencial aqui nesse projeto. Afinal, é tudo bem simplificado. A minha única objeção seria mesmo quanto à parte da importação de jogos. É bem contraintuitiva, o restante, para uma pessoa que não tem muito costume de configurar nada, é bem fácil de usar.
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